domingo, 11 de setembro de 2011

Islamismo e Terrorismo


Terrorismo islâmico (também conhecido como terrorismo islamita ou terrorismo jihadista) é terrorismo religioso praticado por aqueles cujas motivações estão enraizadas nas suas interpretações do Islão.
Estatísticas recolhidas pelo Centro Nacional de Contra-Terrorismo dos Estados Unidos indicaram que o "extremismo islâmico" foi responsável por aproximadamente 25% de todas as fatalidades por terrorismo no mundo inteiro, e por uma maioria de fatalidades pelas quais a responsabilidade pôde ser concludentemente determinada. Esses atos de terrorismo incluíram desvios de aviões, decapitações, raptos, assassinatos, ataques suicidas e ocasionalmente, violações.
O maior ato de terrorismo islâmico talvez tenha sido o atentado às Torres Gêmeas nos Estados Unidos. Outros ataques proeminentes ocorreram no Iraque, Afeganistão, Índia, Israel,França, Rússia e na China. Estes grupos terroristas frequentemente descreveram as suas ações como jihad Islâmica. Frases auto-proclamadas de castigo ou morte, foram emitidas publicamente como ameaças, muitas vezes na forma de Fatwas. Tanto Muçulmanos como não-Muçulmanos têm estado entre os alvos e as vítimas, mas ameaças contra Muçulmanos normalmente são emitidas como Takfir (uma declaração de que uma pessoa, grupo ou instituição que se descrevem como Muçulmanos, deixaram na verdade o Islão, sendo por isso, traidores). Isso é uma ameaça de morte implícita, pois a pena para a apostasia no Islão é a morte, conforme a Sharia.
As controvérsias em redor do assunto recaem em determinar se o ato terrorista é auto-defesa ou agressão, auto-determinação nacional ou supremacia Islâmica; o alvejar não-combatentes; se o Islão alguma vez poderá compactuar com terrorismo; se alguns ataques descritos como terrorismo Islâmico são meramente atos terroristas cometidos por Muçulmanos ou nacionalistas; quanto apoio ao terrorismo há no mundo Islâmico, se o Conflito Árabe-Israelita é a raíz do terrorismo Islâmico, ou simplesmente uma causa.
O termo terrorismo Islâmico é controverso, pois alguns especialistas concluem que tal termo pode negativizar tudo relacionado com o Islão.
Bernard Lewis acredita que o termo é adequado devido à característica política da religião Islâmica que a distingue das outras religiões.
Karen Armstrong argumenta que usar o termo terrorismo Muçulmano é perigosamente contraproducente, pois pode levar o ocidente a associar o Islão a tais atrocidades. Armstrong sugere antes o uso dos termos "terrorismo Wahhabi" e/ou "terrorismo Qutbio".
Embora seja vulgar em se falar de terrorismo islâmico, na verdade o mais correto seria dizer de matriz islâmica.
Terrorismo é um método que consiste na utilização ilegal de força ou de violência planeada contra pessoas ou património, na tentativa de coagir ou intimidar governos ou sociedade para atingir objetivos políticos ou ideológicos.
O Islão é uma religião, ou seja, um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que os seus praticantes/crentes consideram como divinas e sagradas. A palavra Islão, que deriva da palavra arábica 'Silm" / "Salam', cujo significado é paz. 'Salam' pode também significar "saudar um ao outro com paz". Mas, mais do que isso: submissão a Um só Deus, e viver em paz com o Criador, consigo mesmo, com outras pessoas e com o ambiente. Assim o Islão constitui, um sistema, não apenas espiritual religioso, mas também ideológico. O Islão é, por isso, um sistema compreensivo, com uma lei (Alcorão) que premeia e molda o tecido social. Perante estas duas definições, concluímos que Terrorismo tem o sinónimo de terror/violência e o Islão de paz. Então por definição e significados estas duas palavras são opostas, constituindo sempre que associadas um oxímoro. Porém, e apesar do Islão significar paz alguns grupos de terrorista cometem atos violentos e de terror invocando o nome de Deus (Allah) ou a religião Islâmica.
Os motivos reais de organizações como Al Qaeda, são inequivocamente de ordem política e de estratégia. Inicialmente alguns dos seus ataques tinham como objetivos a libertação de alguns dos seus companheiros. Contudo nos dias de hoje, os seus motivos, prendem-se com a tentativa de mudança de alguns regimes existentes em países árabes, entre outro motivos. Os objetivos destas organizações são o de libertar a interferência ocidental no Médio Oriente, por exemplo, no caso do Iraque, é libertar este da influência americana. Para alcançar estes objetivos, estas organizações não olham a meios. E, instrumentalizando o Islão, conseguem criar células terroristas em todo mundo. Contudo, as pessoas que eles escolhem para realizarem ataques bombistas, são indivíduos que estão fragilizados psicologicamente e são por isso mais vulneráveis. São pessoas que se sentem humilhadas, que não são ouvidas, que são «pisadas», que tiveram um ente querido morto de uma maneira injusta (raids’s aéreos ou incursões militares), ou que sentem um elo entre elas e a causa que julgam estar correta (por exemplo a paz na Palestina e esta ser reconhecida oficialmente como país). As organizações terroristas escolhem para treinar pessoas que possam moldar, que lhe possam incutir uma ideia, a qual é um pecado grave, e fazê-las cumprir. Tudo isto é feito a longo prazo, com muito planeamento. Estas organizações terroristas, mostram pois um carácter “empresarial”, tem um sistema de comunicação em rede, com uma hierarquia própria, funções específicas, autonomia de ação.
Esta “grande empresa”, enquanto ameaça global, consideram como fator de análise as implicações geopolíticas e geoestratégicas: que podem modificar o quadro de avaliação do poder relativo dos Estados, expressas na alteração da hierarquia de prioridades de governação dos Estados-alvos; na reconfiguração da balança de poderes interna dos Estados; na redefinição de orientações de política de alianças; no condicionar dos mecanismos de funcionamento dos sistema económicos e sócio-culturais; na agudização de tensões étcnico-culturais e no redesenhar da sociedade global. Em conclusão, os objetivos destas organizações terroristas são sempre de caris geopolítica e geoestratégia.
A verdadeira mensagem de uma religião pode, por vezes, ser destorcida pelos seus possíveis pseudo crentes. As cruzadas é um exemplo deste tipo de distorção. Toda a violência e assassinos efetuados vão contra a doutrina Cristã. O Cristianismo propaga a mensagem de amor, a qual se pode ler em Mateus 5:44: “Amai o vosso inimigo e rezai por aqueles que vos perseguem”. Não é possível falar de “terror Cristão”, “terror Judeu” ou “terror Islâmico”. De fato ao examinarmos o que está por trás desses atos horríveis, revela que o terrorismo não é uma questão de religião, mas sim um fenómeno social. Professor Adriano Moreira, durante uma entrevista no jornal eletrónico “Setúbal na Rede”, referiu “que atualmente existe o receio de que, muitos dos conflitos militares, sejam provados por uma questão de diferença de fé”. No entanto, considera que há aqui uma “contradição”, uma vez que “nenhum dos livros da fé (Tora, Bíblia e Alcorão) de cada religião glorifica a guerra”.
Estamos neste novo século perante um novo terrorismo, que tem um carácter internacional, pois não é restrito a fronteiras de um Estado. O novo terrorismo internacional surge em grupos que emergiram após a Guerra-fria. Esses grupos, ideológicos estão revoltados com as políticas ocidentais no médio oriente. Não querem mais a intervenção de outros Estados nas suas Nações. A ideia de que há algo profundamente violento no que concerne ao Islão ou algo místico no que respeita as relações entre o Islão e a política é absurda. A maioria das pessoas do mundo muçulmano quer o que toda a gente quer, ou seja, viver as suas vidas dum modo muito simples, sem constrangimentos, sem serem incomodadas pelas ideias doutras pessoas sobre como devem ser e aquilo que devem fazer. O que existe, não é um confronto entre civilizações, mas antes uma competição entre as ideias sobre o que significa liberdade para o Médio Oriente. Pois, enquanto para os americanos, liberdade para o Médio Oriente, é poderem influenciar e manipular os governos nos países árabes, para os muçulmanos, a liberdade do Médio Oriente é a libertação da influência dos americanos e dos ocidentais nos seus governos e países.
Será difícil vencermos este novo terrorismo. Pois verificou-se que a utilização de meios bélicos para o combater traz o efeito contrário. Faz com que as organizações terroristas ganhem mais simpatia, por aqueles que até então não a tinham. Por exemplo numa entrevista feita por Mark Juergensmeyer a uma professora universitária de Bagdad: «Sabe, tínhamos tantas expectativas quando o Saddam caiu, mas agora, percebe, todas essas esperanças foram por água abaixo… Vocês, os americanos, tornaram-se iguais aos terroristas que vieram dizimar”. Ou seja, encara a ocupação uma espécie de terrorismo.
É difícil vencer o terrorismo nos seus próprios termos militantes, mas é possível contê-lo. Podemos contribuir para dissipar a ideia duma guerra cósmica, duma guerra entre o bem e o mal. Quanto mais cedo nos afastarmos duma linguagem bélica e voltarmos à linguagem dos direitos humanos internacionais e da dignidade de todos os indivíduos, melhor serão as nossas hipóteses de conquistarmos um mundo sem terrorismo.
A melhor abordagem será a de ter um bom serviço de informações e uma coordenação e cumplicidade entre os vários serviços de inteligencia. O objetivo deve ser, fundamentalmente, o da “dissuasão” para os países ou regimes que patrocinem o terrorismo internacional. No entanto, isto não deve ser feito através de uma resposta tão violenta que o antiterrorismo acaba por se já, não o oposto do terror, mas a continuação da sua lógica.

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